Aula de dança - 1875-1876 - óleo s/tela - Impressionismo - Edgar Degas 1834-1917
Ballet (do francês) é o nome dado a um estilo de dança que se originou nas cortes da Itália renascentista durante o século XV, e que se desenvolveu ainda mais na Inglaterra, Rússia e França como uma forma de dança de concerto.
As primeiras apresentações diante da plateia eram feitas com o público sentado em camadas ou galerias, disposto em três lados da pista de dança. Elas são realizadas principalmente com o acompanhamento de música clássica.
O Ballet surgiu no século XV, durante a Renascença, nas cortes italianas, embora o seu desenvolvimento tenha sido maior nas cortes francesas, no século XVII, durante o reinado de Luís XIV, fato que refletiu diretamente no vocabulário do ballet. Apesar das grandes reformas de Noverre no século XVIII, o ballet entrou em declínio na França depois de 1830. Entretanto ele continuou a ser aperfeiçoado na Dinamarca, Itália e Rússia.
Às vésperas da Primeira Guerra Mundial este gênero de dança foi reintroduzido na Europa Ocidental por uma empresa russa: a Ballets Russes de Sergei Diaghilev, que veio a ser influente em todo o mundo. A companhia de Diaghilev se tornou o destino de muitos dos bailarinos russos treinados que fugiam da fome e da agitação que se seguiu à revolução bolchevique. Estes bailarinos trouxeram muitas das inovações coreográficas e estilísticas que tinha florescido com os czares de volta ao seu lugar de origem.
No século XX, o ballet continuou a se desenvolver e teve uma forte influência sobre a dança de concerto. Por exemplo, nos Estados Unidos, o coreógrafo George Balanchine desenvolveu o que hoje é conhecido como ballet neoclássico. Os desenvolvimentos posteriores mais conhecidos incluem ballet contemporâneo e ballet pós-estrutural, visto no trabalho de William Forsythe, na Alemanha.
O Ballet é um tipo de dança influente a nível mundial que possui uma forma altamente técnica e um vocabulário próprio.
Este gênero de dança é muito difícil de dominar e requer muita prática.
Ele é ensinado em escolas próprias em todo o mundo, que usam suas próprias culturas e sociedades para informar esse tipo de arte.
As diferentes técnicas de Ballet, entre elas mímica e atuação, são coreografadas e realizadas por artistas formados e também acompanhadas por arranjos musicais (geralmente de orquestra mas, ocasionalmente, vocal).
É um estilo equilibrado de dança que incorpora as técnicas fundamentais para muitas outras formas de dança.
A sua forma mais conhecida é o Ballet romântico ou "Ballet Blanc", que valoriza a bailarina em detrimento de qualquer outro elemento, focando no trabalho de pontas, fluidez e movimentos acrobáticos precisos. Esta forma utiliza como figurino o convencional tou-tou francês de cor branca.
Atualmente existem várias outras modalidades de Ballet, entre eles Ballet expressionista, neoclássico e modalidades que incorporam elementos da dança moderna.
Os princípios básicos do Ballet são: postura ereta; uso do en dehors (rotação externa dos membros inferiores), movimentos circulares dos membros superiores, verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria.
O Ballet clássico é o mais metódico dentre todos os estilos de ballet e também é o que mais adere às técnicas de ballet tradicionais. Existem algumas variações em relação à área de origem deste gênero, entre elas, o ballet russo, francês, italiano e dinamarquês. Entretanto, nos últimos dois séculos, a maioria dos fundamentos do ballet é baseada nos ensinamentos de Blasis.
Os estilos mais conhecidos de Ballet são o método russo, o método italiano, o método dinamarquês, o método Balanchine ou método New York City Ballet e os métodos Royal Academy of Dance e Royal Ballet School, derivados do método Cecchetti.
As primeiras sapatilhas de Ballet tinham as pontas terrivelmente pesadas para permitir que a bailarina ficasse na ponta dos pés facilmente e aparentasse leveza. Mais tarde ela foi convertida na atual constituição, onde uma “caixa” abriga a ponta dos pés da bailarina e lhe dá suporte para manter o equilíbrio.
O Ballet neoclássico é um estilo de ballet que usa o vocabulário do ballet clássico, mas é menos rígido. Os dançarinos se submetem a ritmos mais extremos e realizam os passos em uma forma mais técnicas. O espaçamento neste gênero de ballet é mais moderno ou complexo do que no ballet clássico. Embora a organização no ballet neoclássico seja mais variada, é a ênfase na estrutura que o caracteriza.
Tim Scholl, autor do livro From Petipa to Balanchine, considera o ballet “Apollo”, de George Balanchine, apresentado em 1928, como o primeiro ballet neoclássico.
O Ballet contemporâneo é uma forma de dança influenciada pelo ballet clássico e pela dança moderna. Utiliza a técnica e o trabalho nas pontas dos pés vindos do ballet clássico. Este tipo de dança permite uma maior amplitude de movimentos que não são comuns nas escolas tradicionais de ballet. Muitos de seus conceitos vêm de ideias e inovações ocorridas na dança moderna do século XX.
George Balanchine é frequentemente considerado como tendo sido o pioneiro do ballet contemporâneo, através do desenvolvimento do ballet neoclássico. O ballet neoclássico é importante para a evolução do corpo humano .
o Ballet no Brasil:
A origem do Ballet e sua identidade com a cultura brasileira
Sagrado e Profano:
A partir do século XVI, começa a colonização do Brasil e, com ela, chega a educação jesuítica impondo aos índios os valores da nova civilização européia.
Para Marianna Monteiro (1999), o Ballet surgiu no continente americano como parte de um projeto ibérico de colonização do Novo Mundo, fosse associado à igreja e à sua necessidade de expansão, fosse como elemento de refinamento à formação da nobreza e à constituição de monarquias absolutistas, formadoras dos Estados Modernos.
O livro de Eduardo SUCENA, A dança teatral no Brasil (1989) registra várias participações de grupos de meninos índios e portugueses, em festas religiosas, bodas, eventos comemorativos e, dentre eles, um “Triunfo eucarístico”, do ano de 1733, “como se aproximando, guardadas as devidas proporções, do ballet dos nossos dias” (SUCENA, 1989: 27).
Essas festas simultaneamente sagradas e profanas acentuaram a identificação entre Igreja e Estado e procuraram aproximar as diversidades étnicas e sócio-culturais da colônia: era o início de um diálogo híbrido entre as culturas que aqui conviviam.
De outro documento intitulado Relação das Faustíssimas Festas, o raro fac-simile da edição de 1762 sobre suntuosas festas brasileiras, cujo texto apresenta o português arcaico e o atual, podemos extrair alguns fragmentos e compará-los com o que vimos anteriormente, descritos por Salazar. Nos vários dias destinados às comemorações, apresentavam-se diversas corporações de artesãos, como sapateiros, ourives, carpinteiros e outros, assim como “escravos e negros livres, bailando à moda de suas pátrias e os homens bons, fidalgos da vila que prestigiavam os festejos” (CALMON,1982:12).
Pela ordem de apresentação, o espetáculo começava pelos proclamas das bodas, seguido da ordem das festas que seriam celebradas, comemorações da Igreja, danças mouriscas e congadas. No dia seguinte, tinham lugar danças de meninos índios, de negros e as lutas de congos e índios, seguindo-se, as danças, por dias a fio.
Origem nobre
Apesar das autora Faustíssimas, Oneyda Alvarenga, não considerar que a mourisca, de que trata o desfile, fosse a mesma da nossa “Chegança de Mouros”, das “Cavalhadas” ou “Congadas”, como descritas por Mário de Andrade, o fato mais relevante é que, as danças mouriscas que aqui chegaram tornaram-se obrigatórias nas nossas manifestações populares e, tendo ou não algumas características diferentes entre si, constituíam-se na primeira entrada do espetáculo que, na Renascença, era chamado Ballet.
Interessa-nos particularmente a constatação de vários historiadores como Roberto Benjamin e Mário de Andrade sobre a origem dessas danças que, trazidas na bagagem dos europeus e aqui assimiladas, mesmo transformadas, guardam traços bastante evidentes de sua origem nobre – como as antigas contradanças2 européias, quadrilhas e demais danças da corte – não apenas quanto às marcações coreográficas, mas também quanto aos desenhos formados pelo grupo ao se locomover. Algumas remetem às danças de terreiro africanas, contribuições dos negros que, com a inclusão dos movimentos ondulantes do tronco, ombros e pélvis, conferiram maior riqueza às nossas danças.
Já as danças de cunho religioso, intercalavam passos solenes de uma procissão a um episódio pantomímico, como a “dança de São Gonçalo”, do interior de São Paulo. Valsada e solene, era sempre executada por pares dispostos em duas filas, que alternavam reverências ao altar e palmas e sapateados. Essas dança, como vimos, remete às procissões do Teatro Medieval Religioso, as “mouriscas”, nos levando a crer que as festas dos mouros começaram a popularizar-se no Brasil no século XVIII, constituindo nossa tradição.
Tradição e identidade
Se observarmos o sentido etimológico da palavra “tradição” – traditio onis, substantivo do verbo latino tradere – veremos que significa entregar, confiar, ceder, transmitir. Para Hobsbawm, muito do que chamamos “tradição” na verdade são hábitos construídos, formalmente institucionalizados, por diversas razões, até por seus registros nebulosos, causados pela velocidade com que surgiram e se estabeleceram. A todos esses hábitos, o historiador inglês nomeou “tradição inventada” – invariável, caracterizando-se pela menção ao passado, mesmo que apenas pela imposição da repetição, tal como sucede às nossas danças folclóricas.
Entretanto, pensando em tradição, nos remetemos à identidade, questionando de que modo essa absorção da cultura européia interfere ou interferiu na formação da nossa cultura nacional.
A identidade trata-se, então, de uma construção, algo que está sempre em processo de formação, “é adquirido ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento” (HALL, 2005: 38). Dentro dessa linha de pensamento, a cultura nacional é constituída não apenas de instituições culturais, mas do discurso normativo de conceitos e ações que, ao produzir sentidos e identificações, automaticamente constrói identidades, enfatizando as origens, dando continuidade à tradição – ou inventando-a, conforme mencionamos.
O Brasil possui a tão propalada mistura de raças, culturas e etnias, do mesmo modo que, na Europa ocidental, não existe nenhuma nação formada apenas de um único povo, cultura ou etnia, razão pela qual nas grandes cidades européias convivem monumentos de diversos estilos, como uma mesquita árabe em harmonia com uma catedral gótica e um teatro barroco.
Entrelaçamento
É senso comum afirmar que o gestual foi a primeira forma de comunicação do homem e, a dança, sua primeira forma de expressão - invocativa ou evocativa, essencialmente grupal. Com o passar do tempo, a função desta dança mudou ou, melhor dizendo, se diversificou, se enriqueceu.
Assim é que se pode observar hoje o universo da dança no Brasil: expressões folclóricas/populares; danças da moda divulgadas pelos meios de comunicação de massa que se popularizam e são consumidas, até serem substituídas no tempo estabelecido pela própria mídia; uma grande gama de expressões estéticas apresentadas à moda brasileira ou mais sintonizadas com os estilos internacionais.
Acreditamos que o ballet praticado no Brasil, nos dias de hoje e em todo o mundo, é fruto do entrelaçamento de várias culturas e que são esses hibridismos culturais que o enriquecem, acrescentam, atualizam e o mantêm vivo.
Desse modo, constatamos que, as mouriscas, base do ballet, serviram de base a vários de nossos folguedos e danças populares, nossas manifestações mais autênticas.
E, ao nos referirmos à influência ibérica presente na mourisca renascentista, estamos registrando também o período histórico que marcou nossa colonização, ou seja, esta começa também a ser a nossa história.
Histórico do ensino do Ballet
Século XIV
A primeira figura de maestro de dança que conhecemos foi o rabino Hacén Ben Salomon que, em 1313, era responsável pelo ensino de uma dança coral aos cristãos, executada ao redor dos altares.
Ao longo do tempo, seguiu-se a ele uma fila de maestros judeus a quem coube submeter a dança a regras disciplinares, compatíveis com a seriedade requerida por senhores burgueses donos do dinheiro, recém aristocratizados, e que por isso mesmo desejavam aumentar a distância que os separava de uma origem que não era nobre. Era o fim da espontaneidade e a divisão definitiva entre dança da corte e dança popular.
Século XV
No século XV, as danças, inicialmente surgidas de manifestações populares livres, improvisadas, pouco a pouco iam sendo absorvidas pelas classes sociais dominantes. Os artistas saem do anonimato, refinando-se ao gosto da figura que surgia nesse cenário: o maestro de dança.
Os ideais renascentistas já haviam começado a se manifestar há aproximadamente um século e, com as novas concepções, surgiram os primeiros tratados de dança. Foi Domenico de Piacenza quem escreveu o primeiro de que se tem notícia, o De arti saltandi et choreas ducendi (A arte de dançar e dirigir coros), entre 1435 e 1436.
Nesse tratado de dança, o autor introduzia a primeira classificação sistemática dos movimentos do corpo, doze ao todo, sendo considerados nove naturais, evidenciando o que o corpo normalmente já executa, e três acidentais, que se referiam ao que era complementar e ornamental.
Aos nove naturais denominou: scempio - simples; doppio - duplo; ripresa - retomada; continenza - parada; reverenza - reverência; mezzavolta - meia volta; voltatonda - volta inteira; movimento - elevação; salto -salto.
Aos três movimentos acidentais chamou: scorza - passo lateral rápido; frappamento - batida; cambiamento - pirueta. O frappamento constituiu-se o primeiro elemento da antigüidade clássica que chegou aos dias de hoje, com a forma já afrancesada “frappé”.
Em 1455, Antonio Cornazano escreveu o Libro sull’arte del dansare (Livro sobre a arte de dançar), fazendo distinção entre dança popular e dança aristocrática ou arte, explicando que a última era construída a partir de variantes em torno de uma fábula ou enredo, denominando-a ballet.
Século XVI
Na Renascença, surgiram outros vários tratados, como o Grazie D’Amore, de Cesare Negri (1530), posteriormente intitulado Nuova inventioni di balli, em que o autor aconselhava i piedi in fuora, ou
seja, o en dehors, elemento sobre o qual o ballet construiria sua técnica. Outra contribuição expressiva de Negri foi a criação da primeira escola de ensino da dança para nobres, permitindo-nos concluir que o ballet se difundia, começando a requerer um ensino sistematizado.
Em 1536, surgiu o tratado de Antonius de Arena, Ad compangnones qui sunt de persona friantes, basse-danse et branles praticantes. Em 1575, mais dois maestros judeus, Azziz e Jalomacis, recebem autorização do papa para ensinar canto e dança. Em 1577, o italiano Fabritio Caroso da Sermoneta, ele próprio um dançarino profissional, lançou um manual de dança Il Ballarino.
Em 1581 foi encenado na França o primeiro ballet com esse nome específico, o Ballet Comique de La Reine3, organizado e coreografado por Balthasar de Beaujoyeulx, e interpretado pelos próprios nobres da corte, com a participação da rainha Catarina de Médicis. Beaujoyeulx concebeu seu ballet como uma obra de arte completa, na qual se misturavam harmoniosamente a dança, a música, a poesia e o teatro.
O ballet, nessa época, era apresentado como parte dos divertimentos da corte, reunindo profissionais e amadores. Mesmo com o desenvolvimento e estabelecimento desse sistema de dança, percebemos uma fronteira muito tênue entre ballet e baile, que se faz perceptível em Pierre Rameau, na obra El maestro de danza. Nela, o autor descreve a forma de executar os branles ou minuetos – danças praticadas nos bailes da corte – do mesmo modo que cita os pas de bourrées ou pas coupés, passos
pertencentes ao ballet. Outro importante trabalho é o Orchesographie – Traité em forme de dialogue, par lequel toutes personnes peuvent facilement apprendre ET practiquer l'honneste exercice des dances (Tratado em forma de diálogo, para todas as pessoas poderem facilmente aprender e praticar o honesto exercício das danças), de autoria do cônego Thoinot Arbeau e publicado em 1589. Encontrado em uma pilha de papéis do mestre, e classificado por este como “rabiscos para passar o tempo”, o tratado foi recuperado por um antigo aluno, Jehan des Preyz, após a morte de Arbeau.
Escrito em forma de diálogo com um estudante chamado Capriol, Arbeau, aos sessenta e nove anos, descreveu não apenas os movimentos das danças e suas variantes, mas estabeleceu regras fundamentais para o ballet, como as posições de cabeça, tronco, braços e pernas – preconizando o que seria codificado, posteriormente, por Pierre Beauchamps, na Académie Royale de la Danse, criada por Luis XIV, em 1661. No prefácio à primeira edição (Langres, 1589) é mencionado que o Orchesographie é o registro mais detalhado e autêntico das danças do século XV e XVI que nos foi legado. Na introdução à edição da Dover Inc., Julia Sutton compartilha da mesma opinião, qualificando a obra como “uma das fontes mais valiosas e agradáveis das danças, das músicas de dança e dos costumes sociais do século XVI” (Arbeau, 1967: 1). Sutton também ressalta a importância das referências humanísticas de que Arbeau se vale para enfatizar a função valiosa da dança na vida da comunidade, classificando-a,
ironicamente, como uma “medida preventiva antes da escolha de um marido ou uma esposa” (Idem: 5). A obra trata do que hoje poderíamos chamar de danças de salão daquele período e nos mostra como o conhecimento de dança era considerado essencial à educação de qualquer jovem de boa estirpe. Cabe lembrar novamente a fragilidade da linha divisória entre a dança social de salão da dança cênica de que o ballet descende, enfocando, portanto, aspectos característicos que distinguem “um cortesão com talento para a dança” do artista profissional, como alude Mary Stewart Evans, autora do prefácio da obra (Arbeau, 1967: 5).
Característica que diferencia este tratado de outras obras é a exposição minuciosa que é feita sobre a métrica musical dos ritmos da época que possibilita aos leitores entender a correspondência estabelecida entre passos e notas musicais, que são assinalados ao longo das páginas do livro.
Embora essa exposição possa parecer hermética à primeira vista, essa preocupação pedagógica de Thoinot Arbeau enfatiza a importância da musicalidade em um dançarino e a dependência estabelecida entre dança e música. Com isso, o autor estava, indiretamente, nos mostrando um fato interessante: a influência que a dança teve no desenvolvimento inicial da música instrumental. A progressão de ritmo livre como existia no canto gregoriano, por exemplo, para um ritmo marcado, provavelmente ocorreu em virtude da marcação dos passos de dança e de sua cadência regularmente recorrente.
Século XVII
Entrando o século XVII, os espetáculos tenderam a valorizar a declamação e o canto, atendendo os argumentos geralmente de cunho dramático: surgia o gênero óperaballet, que, ao contrário da dança, não nasceu na Itália, mas na França, em Paris (Salazar,1962: 111).
Posteriormente, em 1644, chegou à França o famoso maestro de dança e bailarino Giovanni Battista Lully, para quem a criação da Academie Royale de la Danse, em 1661, foi ao encontro de suas aspirações de unificar música e dança com a criação de uma escola. Muitos dos ballets apresentados na corte de Luís XIV foram criados por ele e Beauchamps, com a colaboração do dramaturgo Molière que, junto com Lully, idealizou o gênero Comédie-ballet – uma das mais importantes referências artísticas do período.
Em 1670, Luís XIV (1638 - 1715), Rei da França, deixou de dançar, o que fizera por 20 anos consecutivos. A dança, contudo, já fazia parte da corte e a nobreza continuou a praticá-la, dando início à profissionalização da atividade de bailarino.
Em 1672, Lully assumiu a direção da recém criada Academie Royale de Musique, dotada da Escola oficial de dança, que hoje conhecemos como Ópera de Paris. A esta escola de dança coube sistematizar o ensino do ballet, sob a orientação de Pierre Beauchamps e a colaboração de Louis Pécourt e Jean Balon – de cujo nome se originou a expressão tão familiar aos bailarinos, o ballon, a boa impulsão e amortecimento nos saltos.
Em 1699, o tratado atribuído a Raoul-Auger Feuillet - o “Choreographie ou L’Art décrire la danse par caractères, figures et signes demonstratifs” (Coreografia ou a arte de escrever a dança por caracteres, figuras e signos demonstrativos), registrava as primeiras tentativas de uma notação de dança, através da indicação da posição inicial dos pés, de seu desenho sobre o solo, e de signos distintivos de saltos e passos.
fonte: Wikipédia e Metodologia do ensino de Ballet.
Prezada Katia, fiquei feliz de encontrar trechos do meu livro "História da Dança - Evolução Cultural" no excelente texto do seu blog. Pediria, apenas, que você incluísse os créditos - meu nome e nome do livro.
ResponderExcluirMuito obrigada.
Eliana Caminada