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terça-feira, 24 de maio de 2011

SAPATILHAS DE PONTA:




Não são todos que devem dançar na ponta!
A decisão para começar o trabalho da ponta deve ser feita somente por um professor hábil e conhecedor do Ballet. Os estudantes que sobem na ponta antes de estarem fisicamente preparados correm um grande risco, construindo maus hábitos que podem levar anos para serem corrigidos.
Mais sério ainda é o potencial para ferimentos ou os danos permanentes à estrutura dos ossos ou dos músculos dos pés, além do grande desapontamento em vista do pouco progresso alcançado.
Para evitar estes problemas, um professor deve considerar diversos aspectos ao selecionar os estudantes que estão prontos para começar o trabalho da ponta:


Idade - nenhum estudante deve subir nas pontas antes dos 10 anos. 
A pressão do peso do corpo no pé e nos dedos do pé, que estão ainda "macios" e em crescimento, pode causar a má formação dos ossos e das junções. 
Muitos professores preferem esperar até que o estudante tenha mais de 11 ou 12 anos.

Treinamento - o estudante deve ter tido ao menos dois a três anos de treinamento sério de Ballet. Esta é a preparação mínima necessária para um estudante desenvolver a técnica e a força suficientes para prepará-lo para o trabalho em pontas.


Estrutura do osso - a estrutura do tornozelo e do pé do estudante é de grande importância. 
O pé ideal deve ter os dedos de comprimento quase igual, o que fornece uma "plataforma quadrada" onde se apoiar. Os estudantes que têm o dedão do pé longo podem encontrar alguma dificuldade e desconforto na ponta, porque todo o peso do corpo deve ser suportado apenas nesse dedão. Apesar disso, esse tipo de pé não impede necessariamente que o bailarino dance bem e com segurança. A forma do pé mais difícil de trabalhar é quando o segundo dedo do pé é o mais longo. Se a diferença no comprimento for ligeira, determinadas modificações podem ajudar a aliviar a pressão nesse dedo do pé. Se a diferença no comprimento for grande, o professor pode desencorajar o estudante a tentar o trabalho da ponta. 
A segunda consideração estrutural é o grau de flexibilidade no tornozelo e a quantidade de arco do pé.
Um estudante cujos pés tenham flexibilidade insuficiente e cujo arco seja pequeno não conseguirá colocar o tornozelo em uma linha direta entre o joelho e os dedos do pé na ponta.
O bailarino que não consegue ficar na ponta dessa maneira não deve iniciar tal trabalho.
Porém, indo ao extremo oposto, um bailarino que tenha um tornozelo extremamente flexível e/ou um arco do pé extremamente elevado necessitará de cuidados especiais e da orientação de um professor com um olho muito atento. Este tipo de tornozelo é freqüentemente muito fraco e pode requerer seu fortalecimento antes que o trabalho das pontas seja iniciado.

Físico - o físico individual do estudante deve ser avaliado com cuidado. Ele deve ter os músculos abdominais e traseiros fortes, o que cria um alinhamento apropriado, e deve mostrar o uso consistente destes músculos dentro e fora das aulas de Ballet. O tornozelo e os músculos do pé devem poder "prender" o pé inteiro no alinhamento apropriado. Deve se ter uma grande atenção para assegurar que os músculos ao redor do tornozelo estão treinados suficientemente para prendê-lo fortemente na posição correta.
Um estudante que esteja acima do peso se arrisca a danificar ou ferir seu pé pela pressão extra colocada em seus dedos.
Ele deve ser incentivado a perder lentamente esse peso extra antes que comece o trabalho de pontas.

Comportamento - o estudante deve ter um bom comportamento: prestar muita atenção nas aulas e trabalhar cuidadosamente as correções dadas por seu professor.

Observações - é importante que estudantes e pais compreendam que as orientações listadas acima são exigências de idade e técnica que nem sempre são seguidas por todos os professores, afinal, há diferentes critérios para se iniciar o trabalho em pontas.
Apesar disso, considerar esses aspectos é sempre importante.
Os estudantes se desenvolvem de diferentes maneiras, e é portanto improvável que uma classe inteira estaria pronta para tentar ao mesmo tempo o trabalho das pontas. Dessa maneira, pais e alunos, não fiquem desesperados se vocês ou seus filhos não passaram ao mesmo tempo do que seus colegas para a turma de pontas. 
É tudo uma questão de tempo, basta aguardar um pouco!

As sapatilhas de ponta, para a bailarina, precisam ser a continuação do próprio pé, e não um anexo à parte.
Para que o trabalho possa se desenvolver produtivamente, a sapatilha deve ser adaptada como uma luva, de tal forma que contribua com a mobilidade do pé, sem causar dor excessiva e tensão para que o movimento não se veja amarrado, artificial, mecânico.

As solas das sapatilhas são fortes para a bailarina poder subir nas pontas.
O cetim em volta das extremidades é endireitado com cola, mas não há acúmulo dentro do sapato.

O momento da compra das sapatilhas de ponta é muito importante, pois seu desempenho com elas depende da escolha correta. Se você não sabe qual é a melhor pra você, seu professor indicará uma que seja adequada.

As sapatilhas devem ser pessoais e intrasferíveis.
Nunca devem ser emprestadas, pois se já estão moldadas num determinado formato poderão se deformar quando outro corpo pisar sobre elas.
Além disso, A aluna deve saber que as sapatilhas precisam permanecer limpas. Deve-se fazer periodicamente uma limpeza. Existem vários tipos de sapatilhas para os mais diversos formatos de pés,
escolha o mais adequado para você.

Como escolher sua sapatilha:          
A maioria das dores associadas com as sapatilhas de ponta são o resultado direto da escolha mal feita. 
As pontas que são muito longas ou muito largas permitirão que o pé deslize para dentro da sapatilha, 
causando bolhas nas pontas dos dedos. Já as sapatilhas que são muito curtas ou muito estreitas podem 
espremer os dedos e as junções do pé, não permitindo que se trabalhe corretamente.

Infelizmente, a maioria dos vendedores das lojas de artigos de dança não são bailarinos experientes. 

Apesar de suas intenções serem normalmente boas, seu nível de entendimento pode ser inadequado e prejudicar sua compra.
Há diversos tipos e estilos de sapatilhas de ponta disponíveis, variando na dureza da sola, na largura e 
na forma da caixa (onde há o gesso) e no comprimento do tecido (bem na frente dos dedos). 

A preferência e a recomendação de cada professor dadas ao estudante devem ser seguidas.

Recomenda-se, sempre que possível, que o primeiro par de sapatilhas de ponta seja adquirido com a presença do professor. Se isto não for possível, ou se o estudante já estiver avançado o bastante para comprar suas pontas, elas devem ser sempre examinadas pelo professor antes mesmo da costura das fitas ou do elástico, já que algumas das lojas de dança costumam trocar as pontas se estas estiverem novas.

Para iniciantes, o ideal são as pontas mais macias, flexíveis, que vão se amoldar facilmente nos pés e não machucam. 
* As meninas com pés fortes (musculatura forte) devem escolher pontas resistentes, para durar mais e evitar que se torça o tornozelo com a sapatilha mole demais.
* Cuidado com as sapatilhas importadas, elas costumam ser mais caras e nem sempre são as mais adequadas para o seu tipo de pé!!!
*Confusões sérias podem ocorrer se usamos sapatilhas muito largas ou muito apertadas. Se os pés ficam soltos, estão sujeitos aos tropeções e se muito apertados podem tirar a estabilidade da bailarina e causar bolhas no calcanhar.
* Para ver se a sua sapatilha está do tamanho certo, tente mexer os dedos. Se tiver muito espaço, ela está larga ou grande. Depois, com o pé no chão, veja se a lona está esticada no calcanhar, se não estiver, também está grande.
* Para quem tem pés largos, cuidado na escolha de sua ponta. As sapatilhas costumam ser muito finas, e além de machucarem, atrapalham o trabalho dos dedos. 
Existem sapatilhas especiais para os pés largos.



Tipos de pé:
Os pés podem ser categorizados em três grupos distintos segundo a terminação dos dedos.   Pés tipo Grego (A),    Egípcio (B) e   Quadrado ou Polinésio (C).

O traço preto faz referencia ao apoio que o Box dará aos dedos.
Ao examinarmos o pé, devemos fazer uma compressão, com a mão,  nas bordas laterais do pé, a fim de ter uma idéia de como o pé vai ficar quando sofrer a compressão do Box, e assim identificar melhor o formato do pé. Para cada formato de pé, existe um modelo de sapatilha.


Outro aspecto a ser considerado é o eixo de apoio ideal. 
Na figura (A) temos o eixo ideal, onde o centro do tornozelo alinha-se  em linha reta com o s dedos; nesta situação podemos escolher a sapatilha segundo a força do pé, ou o  nível técnico da bailarina. 
Na figura (B) , temos a situação em que o pé tem pouco peito de pé, impedindo que a bailarina tenha um bom alinhamento e equilíbrio na ponta, nesta caso, usamos uma palmilha macia, que não seja uma resistência para subir na ponta. 
Na figura (C), temos o pé com muito peito de pé, e que vai além do eixo ideal, nestes casos, damos preferência para palmilhas mais duras, a fim de segurar o pé, e evitar que os dedos saiam do Box ao subir rapidamente.



O PESO
Quanto ao peso da bailarina, só existe uma regra. Bailarina tem que ser magra.
Qualquer tentativa de usar sapatilha de ponta com peso acima da média, gera uma sobrecarga nociva aos pés.
Mas vamos às regras para facilitar:
- Magrinha: sapatilha macia, com palmilha macia,
- Nem magra, nem gorda: Palmilha normal ou reforçada,
- Gordinha ou muito alta (pesada): Palmilha reforçada ou super reforçada.
OBS.:  Quando temos a mescla de fatores divergentes, como por exemplo: pouco peito de pé (palmilha macia), com muito peso (palmilha reforçada); a sugestão é optar por  palmilha reforçada.



Observando o ajuste da nova sapatilha:

As sapatilhas devem estar perfeitamente ajustadas em seu pé. O ajuste correto é tão preciso que até mesmo ponteiras inadequadas, com uma espessura ligeiramente diferente das usadas durante as aulas, podem resultar na compra de um tamanho incorreto. As sapatilhas de ponta são feitas sob medida, diferentemente dos sapatos normais, e cada tipo tem seu próprio método de colagem. Uma boa sapatilha deve caber confortavelmente no pé. As sapatilhas que couberem corretamente não deslizarão como os sapatos normais. 
A recolocação freqüente das sapatilhas de ponta (ocorre nos ensaios, aulas, etc.), desde que essas tenham um ajuste confortável, não põe em perigo os pés de crianças e adolescentes em crescimento.

Não há nenhuma designação (direita ou esquerda) na sapatilha nova de ponta. 

Cada sapatilha deve ser testada e avaliada das seguintes maneiras:
** Nenhuma prega deve ser visível na sapatilha, não importa como o bailarino esteja (no chão ou na ponta). Sua presença indica que a sapatilha está provavelmente muito larga.
** Você não deve poder deslizar seu dedo dentro da sapatilha, tanto quando o pé estiver no chão quanto quando na ponta. Se isso acontecer, a sapatilha é provavelmente larga.
** As sapatilhas de ponta devem caber como uma luva no seu pé. A maioria dos pés são mais curtos no comprimento quando esticados do que quando estão normais, apoiados no chão. Uma boa sapatilha deve ficar perfeita na ponta. Assim, quando o pé estiver no chão, a sensação será de conforto.
Um indicador de uma sapatilha muito longa é a sensação que o dançarino pode ter quando, ao subir na ponta, os dedos do pé deslizarem ligeiramente para baixo na caixa da sapatilha. 
Este é um sinal certo para a formação de bolhas. Não deve haver nenhum espaço dentro das sapatilhas, 
ou então deve haver pouquíssimo espaço. Pode ser necessário tentar uma dúzia ou mais pares de sapatilhas antes de determinar que par cabe melhor.

Primeira experiência nas pontas - Como você deve se sentir:

As sapatilhas de ponta são muito diferentes das de meia-ponta ou dos sapatos normais. O ajuste confortável permite pouco ou até nenhum lugar para mexer os dedos do pé. Você se sentirá muito "apertado" e restrito no início, mas depois, com o tempo, as sapatilhas se adaptam aos seus pés. A paralisação dos dedos do pé (ou melhor, o "não conseguir movê-los") também é normal. Os dançarinos logo se acostumam a esses desconfortos, que são sofridos a cada novo par de sapatilhas. No início, há a sensação de incômodo por sentir a extremidade da sola no meio do calcanhar. O contrapeso é também um tanto difícil no início porque a sola é mais estreita do que a sola do pé. São necessários tornozelos fortes para manter os pés ondulados de um lado do pé ao outro, o que dá a estabilidade. Uma outra sensação diferente é a diminuição da profundidade do demi-plié. Isto acontece porque as fitas limitam a articulação do tornozelo e a sapatilha confortável impede que o pé se espalhe para fora como faz na meia-ponta.
Ao estar na ponta, o pé deve ser colocado de modo que o peito deste esteja esticado inteiramente e que os dedos dêem forma a um ângulo perpendicular com o assoalho. 
Uma linha reta pode ser desenhada através das junções do quadril, do joelho, do tornozelo e do dedão do pé (quando visto de lado, por exemplo, num arabesque na ponta). A superfície inteira da ponta deve tocar no assoalho.
O peso do dançarino deve ser uniformemente distribuído por todo o corpo. Em nenhuma hora é permitido a ele "se afundar" na sapatilha. Isto inibe seu dançar, cria o estresse e a dor impróprios nas junções do pé, e causa o desgaste mais rápido das sapatilhas. Para a colocação apropriada na ponta, um bailarino com um peito do pé bem trabalhado e/ou com as junções do metatarso muito flexíveis pode ter que flexionar um pouco os dedos enquanto esticar completamente seu peito do pé.

Como amarrar a sapatilha:

* Primeiro, costure as duas pontas do elástico acima da costura do calcanhar,
de modo que o elástico dê uma "voltinha".

* Costure uma fita (aproximadamente 45 cm) de cada lado da sapatilha. Para saber o lugar exato, dobre o calcanhar da sapatilha em direção da sola. O lugar onde a lona está dobrada é onde a fita deve ser costurada.

* Ao calçar a sapatilha, o elástico já entra em volta do tornozelo. Passe a fita de fora primeiro na frente da perna, e amarre as duas atrás ou no lado de dentro da perna, com dois nós (não tem laço), corte o excesso. Certifique-se que ele não vai soltar, e coloque as pontinhas da fita para dentro da parte amarrada.

* Não suba a fita pela perna ao enrolá-la. Ela deve ficar bem embaixo, amarrada junto ao tornozelo.



Evitando o Barulho:
As sapatilhas novas, normalmente, fazem um ruído muito desagradável. Para espetáculos, os dançarinos devem acabar com o ruído das pontas, fazendo-as absolutamente silenciosas. Isto pode ser feito batendo a parte de baixo da caixa de encontro a uma parede, ou com um martelo. É difícil dançar nas sapatilhas que têm a
sola exterior grossa. As bordas desta sola podem ser chanfradas com uma faca, de modo que se ajustem ao cetim. Isto, geralmente, faz com que fique mais fácil subir na ponta, além de diminuir o barulho de quando são novas.


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
- Não é unicamente a dureza da palmilha que dará a durabilidade da sapatilha. Fatores como modo de uso e conservação da sapatilha terão maior importância.

- Não guardar a sapatilha em sacos plásticos, pois o suor fará com que a sapatilha amoleça rapidamente.

- Orientar as alunas para não deixar as ponteiras dentro da sapatilha após o uso, pelo mesmo motivo exposto acima.

- Sapatilha adora sol, após cada uso, devemos deixá-la secar ao sol . Isto ajudará a manté-la dura por mais tempo.

- Evite “quebrar” a sapatilha debaixo de moveis ou pianos. Isto só acelera o amolecimento da mesma. A sapatilha deve ser moldada no pé com o uso, ou levemente amassada a sola na altura da curvatura do peito do  pé.

- Não ficar limpando  com álcool ou Veja, ou usando maquiagem para esconder a sujeira. 
O melhor é usar uma meia por cima da sapatilha, isto manterá a sapatilha limpa até o espetáculo.

- Sapatilhas duram  em média de 3 a 6 meses para iniciantes, 1 a 2 meses para adiantado em diante, podendo durar até 2 semanas no caso de profissionais .  Lembrando que vários fatores interferem na durabilidade, sendo o mais importante o modo de uso.




Fontes: Studio Corpo e dança - Ballet Cristiane Rabelo e Kerche Ballet.




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